Saíram do bar alegremente conversando. No caminho para o apartamento de Ellen iam descobrindo coisas, gostos em comum. Mas ainda pairava sobre Sam vestígios da sua insegurança. Que logo se iam embora quando vislumbrava o sorriso de Ellen.
Ao chegarem ao Apê, Ellen segurou na mão de Sam e a levou para dentro. Esta sentiu-se bem com aquele simples gesto. E ao entrar naquele lugar aonde nunca tinha estado, sentiu-se confortavelmente em casa.
-Fique a vontade! Quer um copo de vinho, para abrir o apetite?
-Sim, quero! Obrigada!
Sam tirou o casaco e acompanhou Ellen até a cozinha. Ellen lhe estendeu um copo de vinho e rapidamente colocou água a ferver e foi ao frigorífico buscar a pasta, sempre fresca para ocasiões especiais.
Sam admirava-lhe todos os movimentos. Enquanto iam conversando sobre banalidades, iam trocando olhares e sorrisos. Sentiam-se atraídas uma pela outra mas embora isso não fosse novidade para Ellen, Sam não sabia ainda como lidar com tudo aquilo. Portanto, decidiu deixar-se levar por aquele ambiente estranhamente acolhedor.
Ofereceu-se para ajudar no jantar e sempre que tinham oportunidade para tal, não deixavam-se de se tocar, mesmo que levemente, nas mãos, nos braços. E cada vez que isso acontecia sentiam o corpo vacilar, os sentidos ficavam mais apurados e os batimentos cardíacos mais apressados. Não demorou muito até ao jantar ficar pronto.
-Sabe como é, casa de italiana tem sempre a pasta fresca e o molho pronto para momentos como este, especial.
-E o que torna este momento tão especial? - perguntou Sam olhando fixamente para Ellen -
-O facto de estares aqui - disse Ellen retribuindo o olhar intenso -
Sentaram-se a mesa, comeram, conversaram, riram e muito. Ellen era muito engraçada, não parecia nada ser uma pessoa tímida ou fechada como Sam. Tinha a segurança que a esta faltava embora Sam fosse mais velha e tivesse experiências que ainda Ellen não tivesse vivido.
Foram até a sala depois do jantar e Ellen convidou Sam até ao terraço do seu apartamento. Sam viu um amplo espaço cheio de plantas e algumas cadeiras. Olhou para o céu e viu uma lua-cheia que iluminava todo o terraço. debruçou-se no muro e esboçou um leve sorriso. Voltou-se para trás e Ellen estava quase em transe olhando para ela. Esta foi em sua direcção e disse-lhe:
-Nossa! Você fica ainda mais linda sob a luz do luar!
Nisso os seus lábios se uniram em um longo, molhado e desejado beijo.